Em Julho, a morosidade de pagamento dos empréstimos à
habitação e do crédito concedido a pequenas e médias empresas (PME) em Espanha
fixou-se em 11,97%. Face a este valor, a agência de “rating” alerta para as
consequências negativas para a banca espanhola, que enfrenta uma “erosão
acelerada das receitas” e vê dificultada a tarefa de cumprir com as exigências
de capital.
O crédito malparado relativo a empréstimos à habitação e a empréstimos a PME
(com excepção das empresas do sector imobiliário) registou um “forte aumento” em
Junho e Julho.
Segundo os dados do Banco de Espanha, a morosidade de pagamento dos devedores
fixou-se em 11,6% em Junho, tendo avançado ainda mais em Julho, para 11,97%.
Durante o segundo trimestre do ano, só o crédito malparado dos empréstimos à
habitação avançou para 4,9%, quando no final de Março se fixava em 4%.
Face a este atraso crescente no pagamento dos créditos concedidos pelos
bancos espanhóis, a Moody’s alerta para as consequências negativas que tal
demora acarreta junto da banca.
“Os dados apontam para uma acelerada erosão das receitas da banca e da sua
capacidade em cumprir as exigências de capital”, indica a agência de notação,
citada pelo “El Mundo”. Em linha com os dados conhecidos, a Moody’s espera que o
crédito malparado continue em níveis elevados, em consequência da “persistente
debilidade económica” de Espanha.
“Este tipo de activos foi relativamente resistente durante as primeiras fases
da crise financeira, mas este aumento trimestral aponta para um aumento dos
empréstimos problemáticos”, refere a agência. Como explicação, a Moody’s recorda
que a recessão da economia espanhola e os elevados níveis de desemprego
“reduziram os rendimentos disponíveis dos tomadores de empréstimos para pagarem
as dívidas”.
Apesar das transferências de crédito malparado para a Sociedade de Gestão de
Activos Imobiliários Precedentes da Reestruturação Bancária (Sareb), a
morosidade das empresas do sector imobiliário também aumentou. No final de
Junho, o malparado fixou-se num novo máximo de 30,6%. No final de Março, o valor
era de 28%.
“Na nossa opinião, o ajuste antecipado do sector imobiliário ainda não se
materializou completamente e a depreciação dos preços dos imóveis vai
continuar”, indicam os analistas da Moody’s.
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