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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Moçambique/Eleições: Guebuza garante respeitar Estado de Direito e cumprir promessas eleitorais

O candidato da FRELIMO eleito para a Presidência moçambicana, Armando Guebuza, assegurou hoje que respeitará o Estado de Direito, cumprirá o seu manifesto eleitoral e que vai primar pela boa governação e a cultura de prestação de contas.

Discursando hoje após a validação e proclamação das eleições gerais de 28 de Outubro pelo Conselho Constitucional (CC) de Moçambique, que confirmou a vitória a Armando Guebuza e do seu partido, o presidente da FRELIMO garantiu que no seu próximo Governo vai dar prioridade à consolidação da unidade nacional, paz e democracia em Moçambique.

"Vamos prosseguir com as acções para o reforço da nossa soberania", disse perante militantes do partido que se concentraram na sua sede em Maputo para comemorar a vitória das quartas eleições gerais de 28 de Outubro.

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Angola: Presidente angolano volta a pedir "tolerância zero" contra falta de transparência

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, pediu hoje o apoio dos angolanos na tarefa do Governo para 2010, de estabelecer "tolerância zero" à falta de transparência e má gestão da coisa pública.

Numa mensagem dirigida à nação, José Eduardo dos Santos solicitou a todos os angolanos que acompanhem o Governo no esforço para o início de "uma era que nos permita ir atacando os problemas que foram relegados para segundo plano, porque tínhamos outras prioridades, seja no contexto da consolidação da paz e da reconciliação nacional, seja no contexto da reconstrução nacional", disse o chefe de Estado.

José Eduardo dos Santos relembrou as recomendações saídas do recente VI congresso do MPLA, partido do poder, que advertia para uma atitude "mais responsável" dos governantes e políticos angolanos perante o trabalho e a gestão da coisa pública.

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domingo, 27 de dezembro de 2009

Pepe-Pepito lança obra discográfica "Kota Suig"

O músico angolano Pepe-Pepito lançou hoje (domingos), no parque da independência, em Luanda, a sua obra discográfica intitulada “Kota Suig ”.

O álbum contém sete músicas nos estilos kizomba, rumba e rap, e estão disponíveis cinco mil cópias.

O disco, totalmente gravado em Paris (França), conta apenas com a participação de artistas internacionais.

Em declarações à Angop, Pepe-Pepito disse que a música angolana está a atingir bons níveis no que concerne à qualidade. "Observa-se uma boa aderência do público na compra de discos, o que é um bom indicativo para os músicos angolanos", frisou.

O artista começou a cantar em 1974 e do leque de obras publicadas destacam-se “Fapla Povo” , “Angola Chieto” e “Hoje Ya Henda”.


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Moçambique: Governo de Manica coloca «gatos caçadores» para afugentar cobras

O governo do distrito de Guro, na província de Manica, no centro de Moçambique, decidiu colocar na região "gatos caçadores" para reduzir ataques de cobras mambas à população, confirmou hoje à Lusa fonte governamental.

A administradora de Guro, Diolinda Vissai, disse que a medida visa "travar" a ameaça que a população da região vive devido o aumento de casos de mordedura de cobras mambas, espécie de serpentes altamente venenosas.

"Decidimos colocar 20 gatos caçadores na região de Nhamassonge (com mais casos de mordedura) e desde que implementámos a iniciativa reduziram consideravelmente os casos de ataques aos populares", disse à Lusa Diolinda Vissai.

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Moçambique: Parque Nacional da Gorongosa - Caça furtiva atinge níveis alarmantes

A EXPLOSÃO demográfica da população animal no Parque Nacional da Gorongosa (PNG), em Sofala, está a ser manchada pela caça furtiva praticada em grande escala pela comunidade que vive dentro e fora desta reserva do Estado, com recurso a laços, armas de fogo de fabrico caseiro e armadilhas à venda nos estabelecimentos comerciais. Consequentemente, já se registam algumas detenções de infractores, numa altura em que a situação alcançou níveis descritos, pelas autoridades administrativas desta estância, como sendo bastante alarmantes.

Ocupando uma área de aproximadamente 3770 quilómetros quadrados, com um universo de cinco mil pessoas vivendo no interior do parque e outras 120 mil na zona-tampão, exactamente nos distritos de Cheringoma, Muanza, Nhamatanda e Gorongosa, cuja principal fonte de rendimento está directamente ligada à prática desta actividade clandestina.

O facto, segundo Mateus Muthemba, Director de Relações Comunitárias daquela área de conservação, chega mesmo a contribuir negativamente para o desenvolvimento da fauna, com o registo de leões amputados. Trata-se de um problema apontado como complexo e antigo, que se relaciona com factores sócio-culturais e históricos de difícil solução considerando que o mesmo remonta dos primórdios da criação do parque, na década de 60.

Por este motivo, reduzem-se várias espécies de pequeno e médio porte, sendo que as estatísticas actualizadas apontam para o registo de mortes anuais de pelo menos 3 500 animais como porcos selvagens, vulgo fucoceros, changos e pivas, cuja carne é transportada a cabeça e em bicicletas para consumo e venda.

A caça furtiva pratica-se em grande dimensão entre Setembro e Dezembro nas regiões de Gorongosa, Pedreira e Massapassua, no distrito de Muanza, Dingue-Dingue, em Nhamatanda.

A fiscalização do parque desenvolve esforços com vista à redução da situação com base na apreensão das armadilhas que também acabam ferindo o próprio Homem. Para o chefe deste sector, Adolfo Ruço, este ano foram recolhidos 164 cabos de aço, sete armadilhas e duas armas de fogo de fabrico caseiro, localmente conhecidas por “canhangulos”. Mensalmente é detida uma média de oito furtivos.

As actividades realizadas na mesma componente no ano passado por 120 fiscais existentes e distribuídos pelos 21 postos de vigilância do parque resultaram na recolha de 475 laços, 20 “canhangulos” e capturados 152 prevaricadores.

Entre Janeiro e Agosto passados, 64 indiciados foram responsabilizados pelo Tribunal Distrital de Gorongosa a pagarem multas e a cumprirem penas de prisão que variam de 30 a seis meses de encarceramento, entretanto convertidos em trabalho a favor do parque.

A carne confiscada na posse de alguns transgressores, por ser naturalmente perecível, é posteriormente doada as unidades sanitárias e outras instituições sociais circunvizinhas.

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Grupo Zon Multimedia lança TV em Angola em 2010

O grupo português de comunicação Zon Multimedia apostará no mercado africano para ampliar sua atuação no setor de TV paga. No último domingo (20), a empresa anunciou a realização de um empreendimento conjunto para atuação em Angola.

Segundo informou o Diário IOL, de Portugal, a parceria em Angola ocorreu por meio de ação de "joint venture". Na ocasião, a empresária Isabel dos Santos concordou em adquirir 10% das ações da Zon, visando atuação no mercado africano.

Com o acordo, a Zon lançará um canal de TV em Angola já nos primeiros meses de 2010. Segundo o CEO do grupo português, José Pereira da Costa, a ideia é ampliar o atual mercado de TV por assinatura no país, hoje estimado em 5% dos consumidores. O executivo ainda afirmou que, além de Angola, Moçambique também está nos planos de atuação da empresa.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Turistas do Mussulo terão quadra festiva harmoniosa

A Administração Municipal da Samba, em Luanda, está a traçar estratégias para proporcionar uma quadra festiva harmoniosa, aos munícipes que se deslocarem à Ilha do Mussulo, durante este período.

Falando à Angop, o administrador municipal, Pedro dos Reis Fançony, informou que o processo organizativo será concluído terça-feira, durante um encontro com os utentes de casas de fim-de-semana, pousadas, discotecas e restaurantes sedeadas na comuna do Mussulo.

O objectivo do encontro, explicou, é acautelar situações que possam perigar a paz, tranquilidade e ordem pública.

O encontro contará com a participação dos directores provincial da Cultura, Manuel Sebastião, comandante da Divisão de Polícia da Samba, Mariano Alves, representantes da empresa de limpeza e saneamento básico de Luanda ELISAL.

Os chefes das repartições municipais também farão parte da reunião, precisou.

A Ilha do Mussulo é uma das cinco comunas do município da samba, sendo a maior área de turismo daquela circunscrição.

Fonte: Angop

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Guiné Conacri: Paris "desmente energicamente" os "rumores absurdos" sobre alegada preparação de golpe de estado

A França "desmente energicamente" os "rumores absurdos" que relacionam o seu ministro dos Negócios Estrangeiros e serviços franceses com uma alegada tentativa de golpe de estado na República da Guiné, frisou hoje o porta-voz do Quai d'Orsay.

"Tratam-se de rumores absurdos que desmentimos energicamente. Nem vale a pena perder mais tempo com polémicas estéreis", acrescentou o porta-voz Bernard Valero.

O desmentido surgiu em resposta à alegação propalada horas antes, em Conacri, pelo porta-voz da Junta Militar no poder, Idrisa Cherif, que acusou o ministro Bernard Kouchner e "serviços franceses" de envolvimento na preparação de um golpe de estado.


Fonte: Lusa

domingo, 6 de dezembro de 2009

Estudo diz que aquecimento global vai provocar mais guerras em África

O aquecimento global vai aumentar em 54 por cento o número de conflitos nos países da África Subsaariana e provocar até 393 mil mortos mais, revela um estudo recente feito por investigadores de várias universidades norte-americanas.

Os cientistas analisaram dados históricos do período de 1981 a 2002 e introduziram nos seus modelos de cálculo os indicadores da importância das colheitas agrícolas, já que 90 por cento da população destes países trabalha na agricultura.

"A subida da temperatura em um grau Celsius provoca um aumento de 4,5 por cento no número de conflitos civis no mesmo ano e 0,9 por cento no ano seguinte", refere o estudo, publicado na revista científica "Proceeding of the National Academy of Science".

Todos os modelos de cálculo matemático utilizados pelos cientistas que colaboraram, - das universidades de Harvard, Cambridge, Stanford, Califórnia e Nova Iorque - demonstram a correlação entre subida da temperatura e aumento de guerras civis.

"Quando associados com os modelos das projecções de alterações climáticas no futuro, esta resposta histórica aos aumentos da temperatura sugere um aumento de 54 por cento do número de conflitos armados até 2030", refere o estudo.

Outra conclusão é que o número de mortos nos conflitos potenciados por estas alterações climáticas é superior ao verificado em guerras motivadas por outros factores. Os cálculos indicam um número adicional de 393 mil mortos até 2030.

"Se as alterações climáticas se repercutem nos conflitos sobretudo pelos efeitos que têm nas produções agrícolas, então, e dada a importância da agricultura para os países africanos, os governos desses países e os dadores podem contribuir para a redução desses riscos de conflito sobretudo ajudando o sector agrícola a lidar com os aumentos da temperatura", defendem os autores do estudo.

Por exemplo, sugerem "desenvolver variedades de produtos agrícolas mais adaptados às alterações de temperatura e ajudar esses países a construir infra-estruturas que permitam o regadio".


[Jornal de Notícias]

sábado, 5 de dezembro de 2009

Angola: Produtora prepara lançamento de nova obra cinematográfica

Luanda - A produtora cinematográfica angolana Pocinea vai lançar em Fevereiro de 2010 a sua mais recente obra cinematográfica de longa-metragem, intitulada “Ilumba di Angola”.

De acordo com uma nota de imprensa chegada hoje, sábado, a Angop, o filme foi gravado em Novembro do corrente ano, tem a duração de 60 minutos e retrata o relacionamento de interesses de dois jovens “Tony” e “Melita”, representados por Borges Macula e Ceuma Pontes.

O documento sublinha que a obra tem uma produção independente do formato Alta Definição (HDV) e foi realizado por Dorivaldo Fernandes, produtor do programa televisivo “Stop Sida” e dos filmes “ A paixão de Bartolomeu” e “A zungueira”.

Fonte: Angop

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Novas centrais na capital geram energia sem cortes

A ministra da Energia, Emanuela Vieira Lopes, visitou ontem as obras das três novas subestações, Cacuaco, Viana e Camama, que vão reforçar o fornecimento de energia eléctrica a Luanda.

As subestações estão associadas à nova linha de transporte de energia que vai ligar Capanda a Luanda. O director Nacional de Energia Eléctrica, Paulo Matos, que acompanhou a ministra, garantiu que estão a ser criadas condições para melhorar o fornecimento de energia à cidade de Luanda.

A subestação da Camama vai também suportar as novas edificações que estão a surgir na zona, como o estádio de futebol que vai ser palco da abertura e da final do Campeonato Africano de Futebol.

“Trata-se de uma visita de avaliação a projectos que estão a ser executados para reforço na rede de abastecimento de energia à região de Luanda. Estão previstas novas urbanizações e, também, algumas actividades industriais nestas zonas. Vamos melhorar a energia para estes objectivos”, acrescentou Paulo Matos. A subestação de Viana foi ampliada para receber a linha de alta tensão e a linha normal, de 220 kw.
A visita da ministra da Energia, que se enquadra no programa de acompanhamento e avaliação dos projectos de reabilitação e expansão da rede eléctrica, foi acompanhada pelos presidentes de conselho de Administração da EDEL e ENE, José Manuel António Francisco e Fernando Barros.

Mais projectos para Luanda

Vários projectos estão a ser executados para a melhoria e reforço da capacidade de produção de energia eléctrica na província de Luanda. Os projectos constam no programa de emergência para o reforço da capacidade termoeléctrica instalado na capital do país.
O objectivo é instalar 200 MW, entre Dezembro de 2009 e Abril de 2010, através da instalação de quatro novas centrais, que vão operar em regime isolado. Está igualmente em curso a reabilitação e modernização da central hidroeléctrica de Cambambe, incluindo o alteamento da barragem para garantir maior disponibilidade da central.

O Ministério da Energia está a preparar o projecto de construção da segunda central de Cabambe, o que vai permitir elevar a capacidade total do empreendimento para 700 MW. O projecto vai ser desenvolvido em 2013.
O projecto de reconstrução da Central Hidroeléctrica das Mabubas, que começa a operar em Dezembro 2010, está em execução.

No que se refere à melhoria e reforço da capacidade de transporte de energia e reforço de rede de alta tensão de Luanda, está em fase de execução o projecto de construção do sistema de transporte de energia eléctrica Capanda-Lucala-Luanda.
Ainda para Luanda, no domínio da distribuição, estão em curso projectos para a reabilitação e expansão das redes de média e baixa tensão, que incluem a construção de novas subestações nas áreas de Viana, CAOP, Morro Bento, Boavista, Zango, Ramiro e Benfica.

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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cabo Verde: Brava - habitantes acusam governo de esquecer a ilha

Falta um aeroporto, faltam mais serviços públicos, falta mais comunicação, falta mais meios de transporte. A palavra falta é interminável na ilha da Brava. Os bravenses estão cansados de depender do Fogo e desejam que a sua ilha seja colocada na agenda governamental. Na reportagem que se segue, um olhar sobre uma Brava longe do século XXI.

O seu dia a dia é passado a trazer e a levar gentes. Gentes da sua terra, e que "bem di fora". A muitos lugares. A sua rotina é ouvir as conversas dos turistas que chegam anestesiados pela primeira imagem da Brava: a fotografia postal da Furna que dá as boas-vindas àqueles que estão a conhecer pela primeira vez a "ilha das Flores".

Quando os turistas teimam em não aparecer, Aguinaldo Silva transporta os habitantes das várias localidades aos seus destinos. Por entre ruelas e vielas, aconchegado pelo verde imponente de uma ilha, inquietada pelo silêncio, é nestas curtas viagens de cá para lá, de lá para cá, que "Guigui" (como também é conhecido) ouve as queixas, os lamentos, as alegrias, as tristezas, as novidades ou as promessas que nunca se cumpriram.

Aguinaldo tem orgulho de ter sido um dos primeiros bravenses a trazer uma viatura hiace para a ilha de Eugénio Tavares. Isso foi há cerca de quatro anos. Nessa altura, apenas algumas carrinhas de caixa aberta faziam o transporte de pessoas. Hoje, as carrinhas de caixa aberta continuam em maior número. Mas agora "Guigui" não é o único a conduzir um hiace. Estas, agora são cinco, muitas das vezes não têm clientes para transportar. "O que era bom para nós era o aeroporto. Ai se era. Nós estamos aqui esquecidos. Temos agora barco todos os dias, mas a travessia não é coisa fácil e leva-se uma hora para cá chegar, de uma forma desconfortável. Não há gente, não há turistas e depois não podemos viver só deste trabalho. Eu tenho outras coisas. Uma oficina de mecânica, porque se estivesse à espera de viver só do transporte não colocava comida na mesa", desabafa "Guigui", que muito se orgulha de ser o seu próprio patrão.

Com a forma de uma elipse, a ilha da Brava já foi considerada a mais bela ilha do mundo e a jóia do império colonial português. Tempos de gloria. Épocas em que a Brava era exaltada nos poemas do grande Eugénio Tavares. Porém, mudam-se os tempos mudam-se as vontades. E aquele pedaço de tranquilidade é hoje a mais inacessível, a mais escondida, a mais perdida no tempo.

Quem passeia pela praça Eugénio Tavares ou pelo largo da igreja sente que está noutra era. O sítio indicado para descansar, reflectir, relaxar, durante alguns dias, tendo como cenário o nevoeiro que aconchega as serras. Mas quem lá vive, precisa de mais: de mais meios de comunicação com as outras ilhas, por exemplo.

Sonho americano

Os jovens. Na opinião de alguns, não há trabalho disponível para eles, para outros são eles que não querem trabalhar.

Segundo a polícia local, a criminalidade aumentou, mas não em termos de assaltos. "O que há são roubos às residências. Pode-se andar a qualquer hora na Vila, que não há hipótese de ser roubado. O problema, é que algumas residências são de pessoas que vivem nos Estados Unidos e que só vêm à Brava nas férias. Então, os criminosos aproveitam para assaltar essas casas".

Os repatriados são os primeiros a arcar com as culpas. Jovens que saíram da Brava ainda crianças na busca do sonho americano, mas que por um pequeno, médio ou grande delito, cometido nos Estados Unidos, são obrigados a regressar ao local onde nasceram. Resultado: a adaptação é difícil. Deixa-se um mundo agitado para se entrar num universo onde o tempo anda devagar demais. Em alguns casos, a raiva, a frustração, dão lugar a actos ilícitos.

Alguns repatriados com quem a nossa equipa de reportagem teve a oportunidade de falar, retratam as suas vidas naquela ilha como um filme negro, sem direito a final feliz. "Para mim, é o cemitério dos vivos", afirma um deles que já está na Brava há mais de cinco anos.

"Não temos acompanhamento. Chegamos aqui e as pessoas continuam a olhar-nos como criminosos. Eu sou um filho da terra. Apesar de não me adaptar ao sistema aqui. As pessoas pela frente riem-se para ti e depois por trás tentam à força arranjar-te problemas para ver se te vais embora. Muitas das vezes, procuramos biscates para fazer, mas há sempre alguém que diz: ‘não lhe dê trabalho ele é repatriado, um criminoso'. Não nos dão oportunidades. Depois a polícia está sempre a revistar-nos, o que é contra a lei. Se somos cidadãos normais, porque é que está constantemente a obrigar-nos a mostrar os bolsos, às vezes quatro vezes ao dia. Quem é que consegue viver assim?", questiona um repatriado.

A nossa fonte vai mais longe, contando um episódio insólito. "Um repatriado tinha um braço engessado e um polícia cortou-lhe o gesso para verificar se ele tinha droga debaixo do gesso. Quando o meu amigo chegou ao hospital o médico disse-lhe que era ilegal o que a autoridade policial tinha feito, pois a única pessoa que poderia cortar o gesso era o médico. Isto não pára por aqui. Quantas vezes nos agarram e batem-nos na Esquadra sem mais nem menos. Por termos cometido um crime na América não quer dizer que continuamos aqui à margem da lei. Já estamos a pagar bem caro por estarmos num sítio que não queremos", refere.

Porém, há repatriados que acusam a Câmara Municipal de não os ajudar. "Não há apoio. Deveria haver um gabinete psicológico para nos acompanhar logo que chegamos. Mas não há. O que há são promessas e mais promessas na altura da campanha eleitoral. Vivo na Brava há mais de 15 anos, tenho 3 filhos comigo. Por mais incrível que pareça não tenho um trabalho fixo. Só nos fecham as portas, porque olham para nós como um bando de marginais que invadiu a sua terra".

Por outro lado, muitos bravenses afirmam que o governo esqueceu-se desta ilha, importando-se apenas com a Praia, Sal, Boavista e S. Vicente.

D. Claudina trabalha já alguns anos num dos restaurantes locais da Vila. Como a maioria dos habitantes, também ela tem família nos Estados Unidos. Mas desta vez, preferiu enviar a filha para estudar em Portugal. "O que me choca é que em algumas zonas do interior as crianças não sabem escrever, ler, muito menos soletrar o alfabeto. Os pais acham que o melhor para elas é trabalharem ao seu lado no campo, pois é uma maneira de garantir mais comida no prato. Depois, há outra situação: os miúdos só pensam na América. Cerca de 30 por cento dos estudantes só deseja ter uma oportunidade de ir para os Estados Unidos e nunca mais voltar. Nas outras ilhas, os jovens emigram para ganhar dinheiro para depois voltar e investir na sua terra: na Brava não. Não há nada aqui para eles. Eu prefiro que a minha filha esteja longe, mas a ter uns bons estudos, de modo a conseguir um bom trabalho, do que estar numa ilha que está fora do contexto nacional de Cabo Verde", salienta.
Quando o relógio bate as 18h00, Vila Nova de Sintra está vazia. Somente alguns focos de grupos de jovens à porta de bares, ou em sítios habituais de encontro. Se durante o dia já parece que se está numa cidade fantasma, à noite "ka ten nada pa fazi". "Falta criatividade aos mais novos. Iniciativas, criar associações para promover o convívio. Eles só querem ficar na rua sem fazer nada. No meu tempo éramos nós que íamos atrás do trabalho e não o contrário", defende um idoso.

Na área da saúde os bravenses também não escondem a sua insatisfação. "Temos um único centro com dois médicos, para uma população de 7 mil pessoas. Um dos doutores ainda está em fase de estágio, o outro é muito bom. Eu rezo para não adoecer, pois se isso acontecer temos que ser transportados para o Fogo. Tudo se passa lá. É como se a Brava dependesse, eternamente, da ilha do Fogo. Agora, esta epidemia da dengue não sei como vai ser. Se ataca de uma forma séria a Brava vamos ter graves problemas", esclarece um dos moradores de Nossa Senhora do Monte, uma das localidades do interior.

Furna, Ansião, Fajã D' Água e Sorno. Regiões que miram todos os dias os mares profundos de um azul sem igual, mas que não fogem ao isolamento que se sente cada dia que se passa na Brava.

"Isto está mesmo muito mal"

Mimi mora na Praia há oito anos. Há já quase uma década deixou a sua Brava no pensamento, nas recordações, nas memórias da infância. Naquela tarde, encontrámo-la na Praça Eugénio Tavares. De volta à sua terra natal só por alguns dias, Mimi encontrou uma ilha ainda mais parada. "Isto está mesmo muito mal. Não há evolução. Deixei o interior à procura de melhores condições. No entanto, não hesitaria a voltar, caso houvesse algumas mudanças. Mas pelo que vejo, a Brava vai continuar assim, perdida no tempo, longe do século XXI", relata esta jovem mulher de 25 anos.

Na Furna, que abriga o cais onde diariamente chega o tal "barco de pesca", que traz os turistas, os filhos da terra, os visitantes por alguns dias, o sentimento é o mesmo. Espera-se pelo aeroporto que parece não estar na agenda governamental. Espera-se por melhores meios de transporte. Espera-se por não se estar aquém do mundo. Mesmo os pescadores daquele lugar reclamam falta de condições. "Não há ninguém. Agora temos barco todos os dias. Mas às vezes só vem uma ou duas pessoas. Aqui é sempre a mesma rotina, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos. Os dias são sempre iguais. Mas, há quem se esqueça que nós também somos filhos de Cabo Verde", lamenta.
Assim se vai levando a vida na "ilha das flores". Os ponteiros do relógio parecem que não andam ao sabor da nova era. E quem mais sofre são aqueles que lutam pela sua terra, que simplesmente querem só mais e melhor. Porque mais do mesmo já estão eles cansados.

Fonte: Expresso das Ilhas

Angola: Governo angolano promove redução dos índices de pobreza

O ministro angolano da Agricultura, Afonso Pedro Kanga, disse neste domingo, em Roma, (Itália) que o governo está a reduzir os índices de pobreza no país, em conformidade com os programas já definidos para este fim.


“É de facto uma realidade existirem no mundo cerca de um bilião de pessoas que sofrem de fome”, admitiu o ministro que falava a jornalistas em vésperas do início da Cimeira Mundial sobre Segurança Alimentar, a qual o primeiro-ministro, Paulo Kassoma, representará o Presidente da República, José Eduardo dos Santos.


Os governos têm adoptado “políticas e medidas concretas” para puderem enfrentar este flagelo, considerou o governante que, para no caso de Angola, referiu a existência de um programa, elaborado após a conquista da paz.


“Em função das nossas realidades e possibilidades”, asseverou Afonso Pedro Kanga, está a reduzir-se os índices de pobreza e também das pessoas que padecem de fome, “mas mesmo assim temos que fazer mais, investindo na agricultura e outras actividades afins para se melhorar a situação”.


Tudo tem que ser feito para que se possa erradicar a fome e a pobreza no país, acentuou ainda.

Disse que os programas atinentes a agricultura, particularmente nos domínios da irrigação, comercialização, crédito ao pequeno agricultor e infra-estruturas, são executados com recursos próprios, aproveitando a ocasião para referir que o país “não tem beneficiado muito dos recursos financeiros no âmbito da cooperação multilateral".

Relativamente a Cimeira, revelou que os chefes de estados ou de governos irão analisar a situação da segurança alimentar, para oque “Angola traz propostas concretas”, a serem anunciadas pelo primeiro-Ministro.

Fonte: Angop

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cabo Verde/Dengue: Mais 772 casos suspeitos nas últimas 24 horas, quase 14 mil no total

Os serviços sanitários de Cabo Verde anunciaram hoje a existência de mais 772 novos casos suspeitos de dengue nas últimas 24 horas, número que, asseguraram, continua a ser preocupante, mesmo apesar da inexistência de óbitos.

Com os novos dados divulgados pelo Ministério cabo-verdiano da Saúde sobe para 13.959 o total de casos suspeitos da doença, cuja epidemia está a afectar sobretudo as ilhas do Barlavento - Santiago, Fogo, Brava e Maio.

Nesta última, onde os números eram residuais, foram registados, entre terça-feira e hoje, 33 novos casos suspeitos, temendo-se que o mosquito portador da dengue tenha chegado à ilha vizinha da de Santiago, pois até agora tratava-se unicamente de casos "importados" da Cidade da Praia, onde a epidemia tem maior incidência.

Fonte: Lusa