sexta-feira, 19 de julho de 2013

Alegre acusa Presidente de querer tutelar os partidos

Manuel Alegre acusou hoje o Presidente da República de querer tutelar a democracia e os partidos e defendeu que o PS deve resistir "à tentação presidencialista", como o fez com o general Eanes.
 
"O PS resistiu a isto tudo, mesmo quando o Presidente da República era um grande homem da democracia e do 25 de Abril, o general Eanes. Resistiu a essa tentação presidencialista e deve resistir outra vez. A obrigação do PS como partido é preservar a sua autonomia", afirmou Manuel Alegre.
 
Alegre falava ainda antes do secretário-geral socialista, António José Seguro, ter acusado PSD e CDS-PP de inviabilizar o acordo nacional.
 
Falando aos jornalistas à margem da apresentação da recandidatura de Gil Nadais à Câmara de Águeda pelo PS, Manuel Alegre sublinhou que "o papel do Presidente da República é ser moderador e inspirador, mas não de o de tutelar" a democracia e os partidos.
 
"Não percebo que se admita dissolver a Assembleia sob condições que, se não se verificarem, não se dissolve. Onde é que está isso na Constituição? Admira-me que os constitucionalistas estejam tão calados e os políticos também. Depois ter um observador nas negociações e agora convocar os líderes dos partidos. Acho que isto é uma forma de tutela que nunca se verificou na nossa democracia", disse.
 
"Há muitas interpretações do interesse nacional. Neste momento é manter a política de austeridade? Eu acho que não. É mudar e fazer políticas de crescimento, de emprego e de coesão social", disse.
 
Para o histórico do PS, a solução encontrada por Cavaco Silva é "abstrusa", prometendo a dissolução da Assembleia da República a prazo, e o compromisso de salvação nacional "no fundo é algo que leva a manter-se este governo no poder".
 
Alegre reafirmou a sua opinião de que o Presidente da República "devia ter convocado eleições antecipadas e o PS não deveria ter-se envolvido no processo negocial", mas não se reconhece no epíteto de "inimigo" do compromisso de salvação nacional.
 
"Em democracia não há inimigos. Sou um adversário desta solução e do facto de ele não ter exercido como lhe competia os seus poderes constitucionais, tentando transferir uma responsabilidade que era dele para os partidos políticos, com um discurso com alguns laivos populistas" disse.
 
Alegre lembrou que Cavaco Silva "é o político que há mais tempo está em exercício", acusando-o de estar "sempre a falar contra os agentes políticos e contra os partidos" políticos.
 
"O Marcelo Rebelo de Sousa até chegou a falar em estalo aos partidos, mas o Presidente da República não existe para dar estalos aos partidos, mas para resolver os problemas de acordo com os princípios consagrados na Constituição que ele jurou", concluiu.
 
 
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